i saw you last night
Carol percorria as escadas como louca à procura de solidão.Não da solidão,isso ela já sabia onde ficava;percorria as escadas á procura de um lugar vazio onde pudesse colocar os pensamentos em ordem ou algo do tipo.Pulava os degraus de dois em dois como se a vida dependesse disso porque ela precisava fugir.Não aguentava mais a ladainha que era obrigada a ouvir todos os dias,como um sermão que não faz sentido algum;ela precisa fugir para o mais longe possível e ficar sozinha por alguns milésimos de segundos.Por isso corria as escadas até alcançar o terraço,o único lugar que a acalmava,tirava um livro da bolsa,e lia suas partes favoritas;porque ela precisava de um sentido pra vida e as únicas que lhe davam esse sentimento eram seus personagens favoritos.E então criava histórias que nunca seriam publicadas e personagens que nunca existiriam no papel.E quando acabava seu período de criação e parecia que tudo estava no lugar,Carol respirava fundo e descia as escadas com a maior calma do mundo,sem pressa de chegar a realidade.
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Há momentos na vida em que simplesmente nós perdemos.O problema é que é uma perda total e não somente de partes desnecessárias,e quando isso acontece temos a sensação de chuva todo o tempo,como se tudo estivesse desabando e os raios e os trovões e os relâmpagos não fossem o suficiente para avisar sobre essa tragédia.E então temos a certeza que a loucura está próxima,porque vemos tempestade onde as pessoas vêem sol e tudo parece estar "completamente blue tudo azul".[...] sabemos o que devemos fazer,sabemos quais são as ações corretas e as devidas reações,mas não conseguimos nos mover,ficamos estáticos observando as estações mudarem o tempo.E por mais que doa e enlouqueça enquanto não percebermos que somos a solução para nossos problemas,o mundo vai continuar uma bagunça e a vida uma incerteza ambulante.
Somos caçadores de motivos que nos explicam.Passamos os dias
à procura de uma desculpa aceitável aos olhos dos outros e aos nossos,como se a
vida dependesse disso.Criamos razões ao nosso favor,tentamos explicar a origem
de nossas ações ou mesmo a falta delas;procuramos incansavelmente por um
pretexto para poder amenizar a dor da alma que segue de nossas escolhas.Entretanto
a questão não é bem essa.A vida não necessita de algo tão supérfluo e prescindível,mas
sim a nossa superestimada e 
Chega de mansinho,como quem não quer nada.À passos lentos e silenciosos como quem não tem pressa.Chega com intenção alguma mas faz estragos por onde passa.E depois vai embora como quem não sabe pra onde e sem dizer adeus.Sai deixando um vinil de blues tocando e cheiro de incenso de verbena ao ar.E depois volta com a chuva na próxima estação,sem consciência de seus atos ou de sua ausência.
Não é que eu seja triste e melancólica [...] É que sofro de pequenos períodos de tempo em que meu humor não consegue achar seu ponto ótimo,e assim ficar oscilando entre total ausência de felicidade e saudade prolongada.
É estranho cantarolar uma música que faz tempo que não se ouve. É nostálgico saber a letra mas não o nome.E muitas vezes é perturbador saber o quão fundo ela estava guardada,esperando ansiosamente por um sinal para ressurgir na superfície.Na verdade,é um pouco grandiosamente triste.
Eu queria acordar um dia,abri a janela do quarto olhar para o céu e dizer :“- É um belo dia para se viver.”;queria tomar café da manhã em uma cafeteria com um ar meio retrô,e então eu iria abrir a minha bolsa e pegar um livro,quem sabe Jane Austen ou outro romance inglês,e iria saborear as palavras enquanto tomava meu café que já estava morno.[...]Queria andar pelo centro,ouvindo Amy Winehouse no Ipod,e observar cada detalhe e imaginar as milhares de histórias que se escondem por essas ruas; sentaria no banco de uma praça onde tomaria um sorvete de chocolate e escreveria no meu caderno de flores coloridas as palavras marcantes que escutei durante o dia.É eu queria um dia perfeito;
Às vezes tenho dias em que nada se encaixa perfeitamente;sempre sobram pontas ou linhas.E então eu começo a pensar demais,a raciocinar demais e de repente tudo vira merda;e pra melhorar a combinação junto esses pensamentos com músicas melancólicas e canecas e canecas de café e quem sabe com um filme antigo,para poder apreciar um tempo em que não vivi.E pra melhorar ainda mais começo a falar sozinha em inglês,sem saber, e quase chego a conclusão que sou louca ou que estou ficando.Mas como sempre amanhã é um novo e iluminado dia.Eu espero.
ps: amanhã começa o tão não esperando cursinho,então vai saber quando apareço por aqui. Quem sabe amanhã
Ela era uma garota normal como qualquer outra,com desejos e medos irreais.Gostava de ler romances,de tomar café enquanto chovia e de ficar parada observando o mundo acontecer ao seu redor.Mas ao mesmo tempo ela tinha uma necessidade enorme de fugir;como se a coisa certa a se fazer fosse pegar um carro,escolher um lugar aleatório em um mapa ,colocar um cd do Simon & Garfunkel pra tocar e se perder por ai.
Eu estava sentada naquele banco,aquela da praça das flores.Acho que estava pensando um pouco na vida.Quando de repente chega um senhor bem idoso e senta ao meu lado,como se para me consolar ou coisa do tipo e pergunta: “ Quem é você?”
Era um pergunta muito fácil de ser respondida,eu pensei,mas mesmo assim eu demorei para dar um resposta e quando respondi disse:
“ Eu sou a fulana de tal.”
E então o velho senhor olhou bem em meus olhos como se estivesse tentando encontrar alguma coisa que justificasse a minha resposta.
“ Eu perguntei quem é você e não o seu nome.”
Foi quando comecei a pensar e fiquei um pouco constrangia.
“ Não é a mesma coisa?” – eu perguntei meio perdida.
“Não minha filha,não é.”
E o silêncio tomou conta.
Eu jurei que não ia acontecer mais.Fechei os olhos e prometi que sempre me lembraria do caminho,mas de repente eu olhei para lado e não conhecia mais nada.De novo. Dessa vez eu não sei como aconteceu,não sei se me distrai com alguma letra de música ou se corri sem lembrar que estava sem mapa.Mas aqui estou de novo,com a cabeça cheia de pensamentos embaralhados e ao mesmo tempo com a cabeça tão vazia.Talvez eu esteja no caminho certo,talvez eu não tenho me perdido mas sim me escondido em mim.
Eu não vi acontecer.Não vi as horas passarem.E o problema é esse.
É simples assim,um dia qualquer a gente acorda e de repente não damos a mesma importância que dávamos no dia anterior.Ou começamos a dar uma importância maior para aquilo que ficava jogado no canto da sala.Sei lá,de repente uma música que você odiava começa a fazer sentido e vira a sua música ou uma citação que não era a sua cara hoje é a que mais te descreve ou [...] a minha única dúvida é se isso é uma boa coisa,porque no momento to achando isso meio triste.
Todas as pessoas passam por dias desagradáveis,tediosos e nebulosos.Essa é a mais pura verdade. Talvez tudo começa de repente,você acorda com o braço adormecido porque dormiu em cima,ai você levanta e bate o filho da puta do dedinho do pé no batente da porta e pronto,o dia já ta uma merda.E ai você espera a manhã passar na expectativa de tudo melhorar depois do almoço,e o resultado é o pior possível,tudo isso porque quando você menos espera um temporal chega do nada,e então a puta da energia acaba,e única coisa que resta para fazer é ler à luz de velas,mas você lembra que NÃO tem velas na sua casa,e ai você fica mais nervosa.E tudo que já estava dando errado começa a dar mais errado ainda,se é que isso é possível.E então o que você faz?? Você dorme,exatamente isso,você deita e dorme na esperança de que quando acordar o dia tenha acabado.E como tudo é um ciclo vicioso,você acorda novamente, e sem mais nem menos tudo começa a dar certo,todos os parafusos se encaixam perfeitamente e o dia já não é tão complicado e obscuro,porque a vida é assim,cheia de altos e baixos com quedas inesperadas e tempestades em copos de água.
